Review – Scott Pilgrim vs The World: The Game
Scott Pilgrim vs. The World: The Game é um jogo curioso: é um game que foi baseado no filme, que foi baseado na série de quadrinhos, e que tem milhares de referências de videogames, fechando o círculo.
O jogo segue a história do filme/quadrinhos (tomando várias liberdades típicas de adaptações para videogame, obviamente): ScottRamona Flowers conhece em uma festa, uma garota misteriosa. É amor mútuo à primeira vista. Mas, para a relação poder seguir em frente, Scott deverá lutar contra os sete “exes” (ex-namorados) malignos de Ramona. Scott terá companhia nessa luta: além da própria Ramona, também lutam a seu lado os seus companheiros de banda, Kim Pine e Stephen Stills, além de ter a ajuda de sua ex-namorada ninja menor de idade, Knives Chau, e de outros dois personagens secretos.
O jogo segue à risca a estética retro da moda: os padrões pixelados dos milhares de beat-em-ups que saíram para SNES. Obviamente, em widescreen, com gráficos um pouquinho melhor detalhados e música chiptune de qualidade. No entanto, o jogo também segue à risca outra fórmula: ele parece quase um remake de River City Ransom, o clássico do NES. Ou seja, é um beat-em-up com níveis de experiência e de habilidades, que podem ser melhorados através de lojas espalhadas pelo jogo. Conforme aumenta a experiência dos personagens, eles vão adquirindo novas habilidades.
O jogo se parece tanto a RCR que ele pega inclusive a pior coisa do clássico daTechnos: os personagens começam o jogo tremendamente fracos, fazendo com que o jogo seja bastante difícil desde o primeiro momento, mesmo na dificuldade mais baixa. O jogador é praticamente obrigado a seguir uma estratégia de grinding de seu personagem, jogando as primeiras fases várias vezes seguidas para acumular dinheiro e poder comprar itens que aumentem suas estatísticas. Até é possível avançar sem fazer grinding, mas as habilidades do jogador serão sem dúvida postas à prova de maneira extrema.
Agora, o multiplayer é uma jóia. A interação entre os personagens é permitida: é possível passar (ou mesmo roubar) saúde de outros jogadores, emprestar dinheiro nas lojas, salvar algum companheiro que tenha morrido… Inclusive, se dois fizerem seus “taunts” ao mesmo tempo, será ativado um golpe especial. Infelizmente, é apenas offline. Isso, mas a dificuldade extrema, fazem o jogo perder alguns pontos.
Como fã tardio da excelente série de quadrinhos de Bryan Lee O’Malley, posso assegurar que me diverti muito com o fan-service. Em todo momento, ao fundo, você vai encontrar personagens secundários da série. Nas batalhas contra os chefes, sempre haverá referências a coisas que aconteceram no gibi. Isso, mais as outras referências jogadas pelo game (começando pelo mapa totalmente Super Mario), me fez ficar satisfeito com o dinheiro que gastei. Pena que a parte “jogável” compromete um pouco: apesar de um multiplayer muito divertido, não tem online e é muito difícil.
De qualquer forma, Scott Pilgrim vs. The World: The Game é um jogo competente. Se você gosta da fórmula beat-em-up e/ou é fã do Scott (e se não é, pode sair correndo atrás dos livros agora mesmo), com certeza vai achar que foi um dinheiro bem gasto. Se não… bem, gaste seu dinheiro com os livros do Scott. Depois volta aqui e a gente conversa.
Texto Original em;
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