Baseado na história em quadrinhos, a Ubisoft criou um jogo em beat n' up divertido e com uma dificuldade pra lá de acentuada
Depois de detonar nos quadrinhos, chegou a hora do herói invadir o cinema e os games também.
A primeira aparição de “Scott Pilgrim “no mundo dos jogos eletrônicos é justamente
em um dos gêneros que menos recebe lançamentos atualmente: os beat’n ups.
Essa não foi uma decisão aleatória da equipe da Ubisoft Montreal, já que o
protagonista adora jogos antigos, por que não criar um game em um estilo que está morrendo?
E a ideia de trazer um jogo nostálgico não fica apenas no gênero, pois a magnífica
direção de arte tratou de representar aqueles cenários canadenses da forma mais
charmosa possível: em pixelart. O excesso de cores, o design de cada objeto e
personagem da tela é um delírio para os olhos, e contém clara homenagem aos jogos
do começo da década de 1990.
As inúmeras referências aos clássicos pipocam em todos os cantos: na tela
de seleção de personagens vindas diretamente de “Super Mario Bros. 2”,
no mapa 16-bit que parece uma mistura de “Yo! Noid” com “Super Mario World”,
nos menus que lembram “Earthbound”, e por aí vai.
Assim como os gráficos, a trilha sonora também mescla o retrô com o moderno.
Com músicas emocionantes e empolgantes, cortersia da banda punk
Anamanaguchi, que cria uma mistura de sons do sintetizador do
NES com instrumentos de verdade, como guitarra, baixo e bateria.
Óbvio que nada disso seria suficiente se o jogo não fosse divertido,
mas felizmente “Scott Pilgrim vs. The World” também não decepciona
no que é mais importante. A jogabilidade é consistente e os personagens
respondem bem aos comandos. A medida em que o jogo progride, Scott
e seus amigos sobem de nível, adquirem novos golpes e combos, e ficam
mais fortes e velozes. Além de pular, atacar e defender, é possível usar
ataques especiais e pedir ajuda a outros personagens com o botão de assist.
Os marmanjos com certeza irão adorar utilizar esse recurso com a Kim, só para
ver o Knives dando um beijinho nela. Não há comida espalhada pelos cenários
como nos clássicos do gênero, mas todos os inimigos quando morrem deixam moedas,
que servem para comprar diversos itens nas lojas já conhecidas pela galera que
fã dos quadrinhos, como o Happy Avocado. Fique atento para notá-las durante
as fases, pois elas não possuem destaque algum, ficam infiltradas como parte dos cenários.
Os inimigos também são carismáticos e variados, com destaque para os sete ex-namorados
malvados da Ramona. Cada um possui características e desafios distintos, transpostos de
maneira perfeita das HQs para o videogame. Até quatro pessoas podem jogar ao
mesmo tempo, o que facilita um pouco, apesar do número de inimigos aumentar
na jogatina coletiva. Infelizmente, isso só é possível se você arrumar três amigos
de carne e osso, já que não há modo online disponível.
Na verdade, a ausência desse modo é o único defeito de
“Scott Pilgrim vs. The World”, porque de resto acerta em cheio.
Esta é a prova viva de um game simples, porém brilhante.
Nota: 9.0
Plataforma: _Xbox 360_ | _PS3_
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