Já ouviu falar de Scott Pilgrim? Pois é, prepare-se porque o personagem que une atualmente com mais facilidade a tríade pop quadrinhos-videogame-cinema está prestes a chegar por aqui, em invasão que não só estará nas salas de exibição como também nos consoles, camisetas, trilha sonora, entre outras coisas.
Bem, Scott Pilgrim se tornou popular nos quadrinhos por trazer com sua aura indie uma avalanche de referências. Vão desde os videogames de 16 bits, como o Nintendo; passam por bandas queridas no circuito alternativo noventista, a exemplo de Smashing Pumpkins; e chegam a coisas de fácil identificação com a audiência dos anos 2000, como diálogos baseados em coisas comuns do cotidiano da galera que está sempre no Facebook ou no Twitter.
Isso tudo vem embalado em volumes com arte estilizada e influenciada pelos quadrinhos japoneses e pelas animações de Genndy Tartakovsky (”Mulheres Superpoderosas”, ”Samurai Jack”, ”Star Wars: Guerras Clônicas”). As páginas em preto-e-branco contam o cotidiano de Scott Pilgrim, um jovem desempregado de 23 anos que vive o rock’n'roll e a dureza da vida adulta em meio a desiluões amorosas, em um apartamento bem modesto, com a companhia do amigo gay Wallace. O primeiro da coleção de seis volumes está disponível no Brasil por meio de publicação da Quadrinhos na Cia.
Diferente da maioria dos quadrinhos autobiográficos canadenses em clima de dramédia derrota, Scott Pilgrimé bem-humorado e exige do leitor rápidas conexões, já que a narrativa é bem ágil e conta com o apelo dos ícones pop para divertir. Em uma das sequências, por exemplo, Scott pega uma ”vida extra”, como se estivesse numa aventura de Mario Bros., para enfrentar um oponente.
Esta cena foi reproduzida com muita fidelidade no filme de Edgar Wright, ”Scott Pilgrim vs The World”, adaptação do segundo volume de O’Malley, que será exibido agora no Festival do Rio mas ainda não tem data de estreia nas grandes salas. O longa reúne queridinhos do circuito indie, como Michael Cera, Jason Schwartzman e Anna Kendrick e também terá astros de blockbusters a exemplo de Brandon Routh e Chris Evans.
O filme segue os quadrinhos e mostra a jornada de Scott Pilgrim (Michael Cera) na conquista de sua grande paixão, a igualmente roqueira e esquisitinha Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead). Para tê-la ao seu lado, Pilgrim precisa vencer os Sete Maléficos Ex-Namorados da beldade birutinha.
As piadas e o ritmo frenético das sacadinhas de O’Malley encaixam bem com as sequências dinâmicas criadas por Wright e os combates, no melhor estilo ”Street Fighter”, são todas cheias de alusões aos jogos de luta aos quadrinhos, com direito a onomatopéia na hora das porradas. A produção talvez venha a ser até agora a que mais tenha entendido a amálgama da estética entre o cinema e os videogames.
Não bastasse o grande apelo, o longa de Scott Pilgrim também vem com uma trilha sonora que deve agradar em cheio seu público-alvo, os consumidores de cultura pop entre 15 e 40 anos. Estão no disco artistas como Frank Black, Beck, Black Lips, Broken Social Scene, Blood Red Shoes, Metric, T. Rex, entre outros.
O filme, orçado em US$ 60 milhões, teve relativo sucesso em sua estreia, com arrecadação de US$ 10 milhões no primeiro final de semana e cerca de US$ 30 milhões até agora. Modesto, se comparado aos grandes da indústria. Mas, se depender do boca-a-boca (ou dos tweets), o sucesso e a popularidade deScott Pilgrim vão muito além das cifras após a estreia mundial do filme, já que neste mercado o pessoal não vive só de ingressos. E olha que além de ”vs the World”, ele ainda tem outros seis volumes lançados…
Game vai na linha saudosista dos jogos de luta
Com a adaptação de ”Scott Pilgrim vs the World” para os cinemas, chega também para o público a versão do videogame, distribuída nas redes online PlayStation Network e XBox Live. A aventura vai de encontro com a estética do longa e da revista, com um verniz nostálgico, bem na linha dos jogos da era dos videogames de 16 bits.
O visual é todo cheio de ”pixels e sprites” enormes e mantém a melhor tradição de jogos como ”Double Dragon”, ”Streets of Rage” e ”Final Fight”. É só sair andando em aventura de scroll horizontal, apertando sequências de dois botões para dar porrada em tudo quanto é pangaré que aparece pelo caminho, com direito a chefes de fase e lojinha de upgrades e itens.
No game, o jogador pode escolher entre quatro personagens: Scott Pilgrim, Ramona Flowers e outros dois membros de sua banda, Kim e Stephen. Quem quiser, pode comprar pelo PlayStation Network, por US$ 9.99, ou pela XBox Live, por 1.200 Microsoft Points.
1 comentários:
legal a materia
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